Eu devia ter uns 13, ainda não tocava uma nota sequer, mas já era maluco pelo rock. Meu papo com os colegas do ginásio era mais artes plásticas e música que futebol e TV. Portanto, fui indicado e eleito presidente do grêmio literário. Era uma iniciativa do professor de português: uma vez por mês, a gente podia usar a aula dele e a sala de cinema para apresentar poesias, jograis, ...música.
A primeira edição transcorreu super tranquila, os colegas colaboraram bastante, rolou o esperado,poesia, jogral, um colega tocou brinquedo proibido no violão e eu tive a idéia de fazer uma colega que se parecia muito com a Gal, por seus longos cabelos, dublar o disco da Maria Bethânia, uma vez que ninguém tinha o disco da Gal. O sucesso foi absoluto, outros professores foram convidados e apareceram alguns alunos de outras turmas também.
A segunda edição já era ansiosamente esperada, eu fazia segredos, mas resolvi repetir a formula: poesias, jograis, violão e para a dublagem levantaria meu cabelo e faria Jimmi Hendrix.
Aparagam as luzes, aumentaram o som da vitrola, eu apareci fantasiado com uma guitarra desligada, tentando imitar a maneira particular com a qual Jimmi desempenhava. Nós, eu e Jimmi, levamos a galera ao delirio com Purple Haze, Foxy Lady e outras.
Jamais houve terceira edição do Grêmio literário, mas foi a primeira vez que me dediquei ao trabalho de JH. Hoje, tantos anos passados, ainda me vejo buscando em suas composições e em suas idéias soluções para meus caminhos. thanks Jimmi.

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